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Surf Trip: Pipa/BF #2

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Matheus Fernandes
Matheus Fernandes

Começamos o segundo dia cedinho, saímos 5 da manhã em direção ao Abacateiro, um pico que eu acho muito massa e tem uma das melhores direitas do nordeste (acho). Uma onda muito fácil de Surfar e que lhe dá tempo para treinar o que você quiser.

Colocando Adesivo da novatimstorm Colocando Adesivo da novatimstorm

Praia do Abacateiro Praia do Abacateiro

Chegamos cedinho, tinham poucos surfistas na água, não perdemos tempo e entramos logo. Antes tinha mais dificuldade para entrar/sair desse pico, porque na maré seca tem alguns corais no caminho, mas dessa vez foi bem tranquilo.

Praia do Abacateiro Praia do Abacateiro

O Abacateiro é uma espécie de point break, não é inteiramente um point break porque ainda sobra umas ondas mais embaixo do pico principal. Novamente tive dificuldades com esses tipos de pico, tenho uma dificuldade para me encaixar e conseguir pegar boas ondas. Conforme o crowd foi aumentando, cada vez mais longe do pico eu ficava.

Mesmo assim, consegui pegar algumas boas ondas e consegui dar mais uma afiada no front side, o meu lado de surf mais fraco. Consegui dar umas rasgadinhas e acelerar na onda para passar algumas sessões, mas o problema de não se agachar e flexionar os joelhos persiste, no mais foi um bom surf, o visual tava incrível com aquela iluminação do começo da manhã.

Praia do Abacateiro Surf na praia do Abacateiro

Praia do Abacateiro Surf na Praia do Abacateiro 2

Voltamos para o Arara umas 6:30h (acho), fomos tomar banho e se preparar para o café da manhã. E que café! Nossa, comi muito e bateu aquele cansaço com sono pós surf. Voltei pro quarto, dei aquele cochilo rápido, o suficiente para não entrar em sono profundo e acordar sem saber que ano é e mais cansado ainda, mas o necessário pra dar uma descansada.

Café top do Surf Camp Arara Café top do Surf Camp Arara

Itim falou que o próximo pico que íamos surfar era a Lajinha. Nunca surfei esse pico mas tive uma oportunidade no passado, na minha primeira viagem pra Pipa. Mas na época decidi não ir, deixei o medo que a galera botou sobre as pedras e de lá ser muito raso ganhar de mim. Julguei não ter nível de surf o bastante naquela época, pois era uma onda mais pesada e tubular quando realmente está bom. Hoje acho que teria conseguido surfar naquela época, teria sido bom para minha evolução e me acostumar a entrar e sair do mar pelos corais e através de bancadas.

Enfim, partimos para a Lajinha, estava bem motivado e animado para ir lá e provar para mim mesmo que evoluí e posso ter confiança de surfar aquela onda, gosto de me superar nesses momentos e parece que tenho mais energia, vontade e certeza de que conseguirei, não tem outra opção.

Pra quem não conhece a Lajinha fica no canto direito da Praia do Amor, pra entrar lá você caminha até o fim da praia e vai pela areia/corais até mais próximo do mar, o caminho é cheio de pedras e você precisa andar na manha, de leve. Depois de chegar na beira do coral você pula para o mar , mas ainda tem uma bancada mais a frente, essa é a pior hora porque é difícil de passar pelas ondas que quebram na frente do coral.

Trio preparando pra entrar na lajinha Trio preparando pra entrar na lajinha

Não estava muito tranquilo e na hora foi um pouco tenso conseguir passar essa arrebentação, quando você fica nervoso tudo fica mais difícil e você não consegue raciocinar muito bem. Mas, o maior medo era de perder as quilhas, principalmente porque não eram minhas e sim emprestadas do Itim, fizemos uma troca de quilha no começo da viagem. Teve alguns breves momentos de desespero quando o nível da água estava naquele meio termo: onde você não sabe se tenta pular a onda ou tenta dar uma furada mais rasa, tentei dar umas 2 furadas mas ainda encostei o bico da prancha numa pedra de leve. Mas deu tudo certo, pelo menos pra mim, porque um pivete que entrou um pouco depois da gente perdeu a quilha de trás e tava bem triste (com razão né).

Praia do Abacateiro Momentos antes da perda da quilha

Pivete entrando na lajinha
Momentos antes da perda da quilha

Entrada na Lajinha passando pela bancada Entrada na Lajinha passando pela bancada

Finalmente cheguei no pico, só tinha 1 outra pessoa surfando lá e altas ondas rolando. Tinha um pouco de vento ainda, mas a onda ainda mantinha uma boa formação. Consegui pegar algumas ondas mas, não me encontrei no mar como queria. Toda a tensão de entrar, ficava pensando nas pedras e em como iria sair, já sofrendo por antecipação, o que é errado pois assim você sofre duas vezes e não aproveita nenhuma.

O Itim sempre ficava reforçando que onde pegávamos as ondas era mais fundo e não tinha com o que se preocupar mas, depois de pegar uma onda mais longa, ao final dela tentei por o pé no chão e estava relativamente raso, tudo bem que já era o final da onda mas mesmo assim fiquei um pouco mais preocupado depois disso.

Isso impactou todo meu Surf, isso já é uma dificuldade minha: RELAXAR. O Surf não é sobre força e sim: fluidez, leveza, relaxamento, para somente então, aplicar força nos momentos necessários, e quanto mais rígido e tensionado você estiver, mais travado você ficará em cima da prancha, e foi justamente o que aconteceu. Isso serve de aprendizado (não que seja algo novo pra mim), já sou rígido , tensionado e acelerado, normalmente e já venho travando essa batalha para só relaxar e surfar no flow, mas quantos mais lembretes, melhor e mais rápido virá a superação.

Surf na lajinha 1 Surf na lajinha 1

Surf na lajinha 2 Surf na lajinha 2

Praia do Abacateiro Itim destruindo a onda, mais algumas várias trips e chego lá

Ainda assim, foi um ótimo surf em um pico novo, saí de cabeça feita. E por falar em sair, não foi tão simples como eu imaginava. Tava com a missão na minha cabeça de ver como e por onde o Itim ia sair, mas fiquei tão focado ali nas ondas que não reparei que ele tinha saído, só percebi porque na verdade o Rafael que falou, olhei pra fora do mar e lá estava ele. Bateu aquele pequeno pensamento de: “ihhhh fudeu ó”, mas já que já tava ali mesmo decidimos ficar mais um tempim e pegar mais uma onda, mas a onda começou a ficar bem mais cavada e fechadeira, e sem perceber fomos pouco a pouco saindo do pico porque a correnteza tava puxando bastante.

Decidimos então sair logo, nesse meio tempo perguntamos aos pivetes onde era melhor de sair, segundo eles dava tudo no mesmo e não fazia muita diferença de por onde, claro que foi um conselho não muito bom, mas não tinha como esperar muito de uns meninos de 12 anos né?! Começamos a tentar sair ali perto de onde estávamos, que já era mais pra baixo do pico e onde a onda já terminava.

Mas, olhando pra frente: a bancada tava bem em cima e um pouco exposta, olhando pra onde o Itim e o Kaio estavam, ele apontou para irmos mais para a direita.

Itim ajudando na saída Itim ajudando na saída

Seguimos remando e encontramos um pequeno canal que circundava a bancada. Nesse canal era mais tranquilo e bem mais profundo e com fundo de areia. Tentei ficar em pé para ir caminhando mas, como não tenho os 2 metros de altura do Itim não deu muito bom, senti a correnteza me puxando e não conseguia andar em direção a saída. Voltei pra cima da prancha então, e continuei remando em direção a saída.

Saindo pelo canal Saindo pelo canal

Faltava agora o último passo, subir na bancada que já era a saída, mas não foi tão simples porque, nessa parte ainda era fundo, ainda esbarrei em uma pedra tentando sair e arranhei um pouco o joelho. Mas, esperei uma ondulaçãozinha passar e consegui subir a bancada finalmente.

Aproximando da bancada pra subir Aproximando da bancada pra subir

É de se esperar que estivessem preocupados pois estava um pouco complicado de sair ali, mas quem conhece as peças sabe. E é bom demais ser novatim!

Só Mangando de mim 1 Só Mangando de mim 1

Mangando de mim 1
Só Mangando de mim 1

Só Mangando de mim 2 Só Mangando de mim 2

Subindo na bancada finalmente Subindo na bancada finalmente

De cabeça feita e em terra firme De cabeça feita e em terra firme

Partimos rumo a pousada então, de cabeça feita e muita resenha sobre essa caída e das dificuldades encontradas kkkk. Tivemos a sábia decisão de comer em um self service logo na saída da praia do amor, pois já era mais de meio dia e se fossemos esperar para chegar em casa, se arrumar e depois ir comer, seria tarde demais.

Chegando no Arara tivemos o merecido descanso, ainda fizemos uma caída no final de tarde na Praia do Amor, dessa vez o Kaio foi para surfar mesmo e não temos imagem dessa caída, mas não rendeu tanto para mim até porque já tava bastante cansado.

Com isso encerramos um dia de muito surf e altas histórias, amanhã é o dia do início do campeonato em Baía Formosa, então o dia promete também.