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Uma segunda feira de altas ondas

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Matheus Fernandes
Matheus Fernandes

O Swell encostou durante o fim de semana mas eu tava com uma dor na posterior da cocha, acho que durante o surf de sexta distendi o músculo, então passei o sábado descansando, aplicando gelo e tomando relaxante muscular seguindo as orientações de minha Enfermeira.

Domingo já acordei melhor e fui surfar com os Novatims na praia do Iguape, lugar que ainda não conhecia. Consegui pegar umas ondinhas mas nada demais, não tava forçando muito devido a sentir uma leve dor ainda. Surfei pouco tempo, depois entrei com o Longboard pra pegar umas ondas com minha namorada. Também foi um surf curto por que o mar ficou mais agitado e dificil de entrar e pegar ondas com o long.

Tirei o resto do dia de descanso e tava meio desconectado do Mar e da previsão do swell, mas o Kaio me chamou pra ir surfar no Pico das Almas segunda de manhã, aceitei e depois fui ver a previsão prometia altas ondas, aí que comecei a me empolgar e voltar pro modo “Surfista hypado” e que não aguenta esperar chegar a próxima sessão.

Saímos cedinho de fortaleza por volta das 5:10 e chegamos no pico das almas um pouco antes das 6. Mas tomamos nosso tempo para arrumar as pranchas e comer aquela ultima banana antes do surf pra não dar aquela câimbra. Mas tem mais sobre isso que quero falar, pra quem não conhece o Kaio ele é uma pessoa bem calma, relaxada e que vive no seu próprio ritmo, um pouco oposto de mim nesses últimos 2 quesitos pois principalmente no que envolve o surf sou bem tenso e apressado, coisas que tenho tentado trabalhar.

E no surf de hoje acho que me deixei contagiar e entrei nesse ritmo, o que foi ótimo. Se estivesse sozinho teria chegado ali na rotatória onde deixamos o carro , teria arrumado a prancha correndo e partido logo para o mar pensando nas ondas que estava perdendo antes de entrar no mar por estar demorando. Mas hoje foi diferente, tentei não me apressar e continuar naquela calma, aproveitando o momento sem pensar no “E se” e como estaria o mar.

Partimos então para a praia, e nos aproximamos do morro de areia onde começa a praia, até aquele momento não sabíamos como estava o mar (não olhei a camera pois as vezes atrapalha, falarei mais sobre em outro post).

Subimos então o morro e tivemos a visão do mar: CENÁRIO PERFEITO. Parecia ter várias ondas e o melhor de tudo sem crowd, na verdade tinha apenas 1 local, o Gaúcho, amigo nosso e que ja sabíamos que estaria ali. Demos aquela alongada e partimos pro mar. Mas o mar não estava pra brincadeira, a entrada foi meio difícil pois as ondas estavam constantes e ainda tomamos uma série na cabeça. Já foi a aquecida do ombro.

A onda vendo lá de dentro agora, estava um pouco gorda e difícil de entrar, então você precisava estar bem posicionado para conseguir entrar na onda. Mas depois de alguns minutos tudo foi se encaixando e as ondas foram aparecendo. Nossa eu estava com uma sensação muito boa de estar ali rolando altas ondas e surfando com amigos sem crowd, isso não tem preço, coisas que o surf proporciona.

Mas não durou muito tempo até chegarem outras pessoas e fomos então nos afastando um pouco mais do crowd mas mesmo assim ainda tinha bastante onda. O mar estava power e as ondas vinham com bastante força e formando alguns tubos, foi um bom treino para mares tubulares(queria ter trazido a baininha para esse mar), muitos caldos e drops no critico, não faltou adrenalina. Bom demais.

Mas teve um momento em que peguei uma onda e estava já em pé mas ficando para trás da onda, e nesse momento tive a intenção de tentar relaxar e ficar com o corpo menos tensionado, ao invés de ficar rígido e tentando matar barata a força. Esse foi um daqueles momentos que acende uma luz e tudo fica mais claro, com essa mudança de postura e pensando pareceu até que a prancha e eu ficaram mais leves, a prancha respondeu de um jeito diferente e consegui usar a borda da prancha e voltar a onda, foi incrível a ideia daqui pra frente é tentar replicar essa sensação que tive.

Na saideira ainda peguei uma boa onda e dei uma batida de backside no critico da onda que era relativamente para meu padrão e consegui voltar e aterrisar direitinho, foi top, cabeça mais do que feita. Foram quase 2 horas de surf, voltamos então pro carro e partimos atras de um café da manhã por a fome também bateu.

Segunda feira é um dia difícil de achar café da manhã as 8 da manha por que geralmente é o dia da folga dessas lanchonetes. Tentamos ir na que sempre vamos, que fica bem no centrinho do cumbuco no caminho da volta mas estava fechada, há e uma dica a rua mudou o sentido devido as obras que estão tendo lá, então tive que deixar o carro na rua de cima e ir a pé. Paramos em uma lanchonete no Icaraí e foi sucesso.

Voltei para casa direto pro trabalho pois infelizmente ainda preciso trabalhar por enquanto. E descansei durante o dia.

Mas para acabar o dia com chave de ouro, fiz a segunda bateria do dia na Ponte Metálica, e mais uma vez o mar entregou tudo. Tinham altas ondas, mas tinha um crowd relativo também. Mas dessa vez fui com outra prancha. A Baianinha e Mica estavam no concerto, pois estavam com algumas pancadas e fui pegar elas hoje a tarde, então ja levei ela direito pra água pra fazer o teste.

Essa é a Ponte que eu queria ver novamente, esse tipo de onda com força e com uma parede bem manobrável, agora com mais experiencia espero poder usufruir melhor.

E foi um surf muito bom, acho que realmente prefiro pranchas de P.U, preciso testar mais para ter certeza. Consegui algumas boas ondas, peguei uma esquerda longa saindo quase do havaizinho e terminei uma batida que faltou mais confiança pra terminar a manobra, mas novamente cabeça feita e ainda vi um pôr do sol irado com cores incríveis.

O que mais você pode querer da vida?